Sinopse
Portugal foi um país produtor e exportador de
sal, a salicultura já foi uma das nossas principais actividades
económicas. O nosso sal foi, na Idade Média, produto de troca com
todo o Norte da Europa e também com o Norte de África. A
salicultura tradicional foi uma actividade estruturante do nosso litoral.
A partir de 1950, o sector salineiro atravessou
várias tempestades, motivadas por crises económicas internas e
turbulências internacionais que levaram à falência das
nossas indústrias conserveiras, e por arrasto, das salinas. O abandono
de muitas salinas tradicionais, a sua conversão em aquaculturas
industriais ou em explorações mecanizadas desvirtuaram algumas
paisagens da nossa costa marítima.
Contudo, resistiu um pequeno núcleo de velhos e
novos produtores, movidos pela paixão do sal, por um penoso trabalho
feito ao ritmo da Natureza, por uma economia tradicionalmente
sustentável. É também das suas iniciativas que fala este
livro.
Aos marnotos, que me fornecem o brilhante sal que
está sempre à minha mesa, fica dedicado este livro. Eles
têm de aguentar o infernal calor seco do Verão, o sal que lhes
seca a pele, condições de vida elementares, e muito trabalho duro
para rapar e colher o sal e o carregar para o armazém. Muito
obrigado! Paulo Heitlinger
Veja o album de fotos "Salinas de Portugal", do autor:
flickr.com/photos/heitlinger/albums/ |