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A Época áurea da Tipografia em França

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«Na Idade de Ouro, a arte do livro foi também tipicamente renascentista. Em flagrante contraste com o vigor, a variedade e a ingenuidade do livro francês quatrocentista, o livro da Época Áurea ostentava casta simplicidade, sobriedade clássica e requinte de estilo tipicamente renascentista.»

«Os organizadores e tipógrafos destes livros não andavam a copiar os estilos de outros, mas estavam a abrir novos caminhos e a estabelecer estilos de rara beleza e encanto, que inspiraram os melhores impressores dos últimos trezentos anos.»

Douglas Crawford McMurtrie, na sua sólida obra de referência O Livro.

Os protagonistas

«Os impressores de Paris que, com o apoio do monarca François I, fizeram dos primeiros sessenta anos do século XVI a época áurea da tipografia (francesa), eram eruditos e artistas; neles encontramos a expressão do ideal da Renascença. Escreveram livros, imprimiram-nos e editaram os clássicos que saíram dos seus prelos.»

Como na Alemanha, os prototipógrafos franceses não se arriscaram logo a introduzir a letra humanista, a chamada littera antiqua. Os primeiros impressores franceses – por exemplo Nicolas Jenson – trouxeram de Mainz a letra gótica que aí tinham aprendido a compor.

Para não decepcionar os seus leitores, trataram de continuar a tradição, imitando a letra gótica escrita manualmente. Em França, a gótica era escrita em dois estilos:

  • a lettre de somme para livros teológicos, litúrgicos, de jurisprudência e de medicina,
  • e a lettre française para livros de horas, contos, fábulas e crónicas.

A littera antiqua, transportada da caligrafia humanista italiana para os caracteres metálicos por Nicolas Jenson, tinha originado em Veneza do harmonioso acasalamento das maiúsculas lapidares romanas com a minúscula carolina. Quando chegou a França, passou a chamar-se Romain.

Estienne

Fragmento de uma página impressa por Estienne; requinte e elegância.

Pelos fins do século XV, esta Romain tinha substituido a gótica em muitos países europeus. Vulgarizados em França por Josse Bade nas edições de autores clássicos latinos, os caracteres romains foram empregues pela primeira vez num texto francês, quando o editor Galliot Du Pré mandou imprimir em 1519, na oficina do mestre tipógrafo Pierre Vidoue, Généalogies faictz et gestes des Saincts Pères Papes.

Por volta de 1525, um grupo de tipógrafos franceses de orientação humanista começou a usar a Romain vinda de Itália. Entre estes mestres, os mais activos foram Claude Garamond, Henri e Robert Estienne, Simon de Colines, Geoffroy Tory e Jean de Tournes.

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