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paul klee (1879 – 1940)

Quando assumiu suas actividades como docente na Bauhaus em Weimar, em Janeiro de 1921, o suíço Paul Klee já era um conceituado pintor de vanguarda.

A escola pretendia, segundo a concepção do seu fundador Walter Gropius, formar uma geração de artistas-artesãos. No manifesto da Bauhaus, Gropius, que era um moderado simpatizante das idéias socialistas, escreveu que a escola iria «estabelecer uma corporação de artesãos sem a presunçosa divisão de classes, que tenta erigir um muro separando artesãos e artistas».

Paul Klee, 1911. Foto de Alexander Eliasberg.

Klee iniciou-se no corpo docente da Bauhaus leccionando na Oficina de tipografia. Depois, assumiu a direcção da Oficina de vidro.

A sua actividade como professor na Bauhaus obrigou-o a desenvolver e formular claramente as suas idéias sobre aspectos teóricos da pintura e da arte.

Anteriormente, ele havia desenvolvido suas reflexões teóricas a respeito da arte pricipalmente em seu diário e em cartas enviadas à sua esposa, a pianista Lily Stumpf, que viajava muito fazendo digressões.

Klee era um professor muito dedicado. Preparava as suas aulas meticulosamente, até nos mínimos detalhes, como nenhum outro artista na Bauhaus.

As suas aulas constituíam um desafio. Alguns dos seus alunos não se adaptavam ao seu modo. Muitos outros tiveram experiências valiosíssimas com Klee e aprenderam muito com ele.

Klee ressaltava constantemente que a sua maneira de abordar as questões não era a única possível, não era dogmático.

As teorias que Klee desenvolveu durante os anos em que trabalhou na Bauhaus eram, via de regra, claramente visíveis na sua obra. Ele tinha um conceito de forma muito dinâmico e criava constantemente modelos que ele próprio acabava utilizando nas suas composições quadradas

Tudo indica que às vezes ele faltava durante algum tempo às aulas, sem informar os seus colegas e alunos. Os seus colegas de Bauhaus constataram que, nestes períodos, era inútil insistir para que ele voltasse à escola. A postura de Klee fica clara na sua resposta a uma destas tentativas de fazê-lo retornar: "Em primeiro lugar e antes de mais nada, sou um artista activo."

Os anos passados em Dessau proporcionaram à família Klee uma vida confortável, com um óptimo salário, um emprego conceituado e uma casa ampla com um grande atelier planeado pelo próprio Gropius.

Paul Klee
 

Klee, um artista de índole burguesa, sempre quis levar uma vida burguesa, e o emprego em Dessau deu-lhe a possibilidade por alguns anos. Klee tinha orgulho no seu título de professor catedrático na Bauhaus – e dos privilégios de que gozava neste cargo.

No final dos anos 20, quando a Bauhaus teve dificuldades financeiras e Gropius lhe pediu que aceitasse uma redução de salário, Klee recusou. Ele era um dos mestres mais bem pagos da Bauhaus.

Mas esta confortável situação não duraria muito tempo. Tornava-se cada vez mais difícil para Klee conciliar seus ideais artísticos com a sua actuação na Bauhaus. Em 1928, Klee escreve à sua esposa Lily: «As exigências externas e internas são tão grandes que eu perco completamente a sensação de tempo. O peso de consciência persegue-me.»

Klee decide abandonar a Bauhaus. Em 1930, a Academia de Artes de Düsseldorf oferece-lhe um cargo que ele, um ano mais tarde, termina por aceitar.

A sua família, que no início ainda permaneceu em Dessau, deveria juntar-se a ele em 1933. Mas os planos da família Klee foram abalados pelos acontecimentos políticos. Em 1933, os Nazis assumem o poder na Alemanha, e, para Klee as perspectivas não eram nada promissoras.

Imediatamente após a troca do poder, a Academia recebe um novo director, vinculado ao partido nazi. Poucos dias antes de sua família se mudar para Düsseldorf, Klee é demitido da Academia de Artes sem aviso prévio.

Depois de constatar que não tinha futuro na Alemanha nazi, a família Klee deixou o país em Dezembro de 1933 e muda-se para a Suíça.

Dados biográficos

Paul Klee nasceu em 18 de dezembro de 1879 em Münchenbuchsee, perto de Berna, na Suíça.

Links

www.paulkleezentrum.ch/

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