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Albrecht Dürer (*1471, Nürnberg; † 1528)

Alberto Durero

Génio da Renascença alemã. Multifacetado artista e humanista alemão, ocupou-se de vários modos com a tipografia da época. Fez uma análise geométrica das versais romanas e foi co-autor da Fraktur.

Durer

Albrecht Dürer, na sua Underweysung der Messung mit Zirkel und Richtscheyd (Instrução para medir com régua e compasso, obra publicada em 1525), estudou intensivamente s letras versais romanas favorecidas pelos mestres calígrafos italianos.

Entre todas as tentativas de «explicar» e descrever os caracteres romanos com métodos de geometria descritiva, a obra de Dürer é a mais precisa e clara.

Célebre mestre pintor e gravador, mas também exímio tipógrafo (co-autor da Fraktur), Dürer conhecia os estudos de da Moile e Luca Pacioli, pois tinha visto os desenhos destes durante a sua segunda viagem à Itália, que o levara até Veneza, grande empório e centro tipográfico da época.

Dürer, que tinha começado por fazer uma aprendizagem de ourives e de pintor em Augsburg, fez duas viagens pela Itália – uma prática comum para artistas e intelectuais alemães, que perdurou até hoje.

O interesse que Albrecht Dürer desenvolveu pela tipografia não foi um capricho pessoal; muitos outros artistas – pintores, gravadores e escultores – ocuparam-se dos belos caracteres do alfabeto romano. As suas supostas «proporções ideais» foram sujeitas a análises sistemáticas e descritas em relações numéricas.

Underweysung der Messung, Instrução para medir com régua e compasso

Versalkonstruktion

Assim apareceram as grelhas geométricas nas quais Leonardo da Vinci colocou a sua versão da forma ideal da anatomia humana. Dürer executou semelhantes análises, passando os seus resultados às imagens elucidativas do tratado Underweysung der Messung.

Além de ser um belíssimo livro, este famoso tratado é uma obra pioneira na ilustração exacta, no que hoje chamamos «desenho técnico»; contém mais de 150 gravuras, incluindo projecções ortográficas.

Dürer apresentou este livro composto na letra Fraktur, que tinha sido recentemente desenhada – o que parece uma contradição, mas não é; tratava-se de apresentar um assunto «moderno» (italiano, humanista) a um público de cultura alemã, habituado à letra gótica.

Dürer desenvolve temas geométricos e sua aplicação prática na arquitectura e na arte – incluindo a construção de colunas – e a construção de letras. Na «análise anatómica», Dürer dissecou as letras do alfabeto versal romano.

Letra a letra, analisa as formas da Capitalis romana, obtendo as componentes geométricas elementares, mostrando as medidas e as proporções das linhas rectas e curvas que definem as linhas de contorno e mostrando os pontos de intersecção. Como nos tratados italianos, o quadrado continuou a ser a grelha de referência para as construções; contudo, Dürer omitiu o círculo inscrito, que reconheceu ser inútil.

Esta análise geométrica de Dürer – e as semelhantes dos seus contemporâneos – terão, cerca de 450 anos mais tarde, importantes consequências e resultados práticos; são a base da representação numérica das fontes digitais para uso em computadores.

Os artistas humanistas da Renascença, tanto os italianos como os alemães, que buscavam o segredo das proporções ideais nas inscrições romanas, viram frustrados os seus intentos. As suas complicadas análises não lhes permitiram chegar a qualquer conclusão.

Hoje, a definição da forma dos caracteres de uma fonte é feita com curvas (mais precisamente, por curvas de tipo Bézier); estas representações são derivados directos do trabalho analítico dos humanistas. A representação renascentista era análoga e tinha como suporte o papel; a contemporânea é digital e tratada no computador.

Se Albrecht Dürer e os seus colegas já tivessem um PC, poderiam ter facilmente definido fontes digitais, pois já dispunham de todo o know-how para isso necessário. A base essencial da vectorização das formas de letras foi por eles descoberta – há mais de 400 anos...

Duerer

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Já no século xvi, os tratados sobre a forma das letras ultrapassam fontreiras. Na Alemanha, o multifacetado artista e humanista Albrecht Dü­rer publica em 1525 a sua famosa obra Underweysung der Messung mit Zirkel und Richtscheyd (um tratado de quatro volumes), no qual estuda novamente as letras versais romanas favorecidas pelos mestres calígrafos italianos e já plenamente em uso pelos grandes impressores renascentistas, como Aldo Manutius, por exemplo. Entre todas as tentativas de descrever os caractéres romanos com métodos de Geometria Descritiva, a obra de Dü­rer é a mais precisa e clara, chegando a um patamar de precisão científica.

A Underweysung é o primeiro tratado onde temas representacionais recebem tratamento estritamente científico. As supostas «proporções ideais» das versaia romanas são descritas – pela primeira vez – em precisas relações numéricas.

Mestre pintor e gravador, mas também exímio tipógrafo (co-autor da Fraktur), Dürer conhecia os estudos de Da Moile e Luca Pacioli, pois vira os desenhos destes durante a sua segunda viagem à Itália. Na Underweysung, Dürer usa grelhas geo­métricas semelhantes às quais Leonardo da Vinci desenhou para posicionar e medir a sua versão da forma ideal da anatomia humana. Dürer executou semelhantes análises, fixando os resultados nas elucidativas imagens do tratado Underweysung der Messung.

Nesta «análise anatómica», Dürer dissecou as letras do alfabeto versal romano. Letra a letra, analisa as formas da Capitalis, introduz linhas auxiliares horizontais e verticais, obtendo como resultado linhas geométricas elementares, rectas e curvas. Mostra as medidas e as proporções dessas linhas de contorno das letras e mostra os pontos de intersecção.

Como nos tratados italianos, o quadrado continuou a ser a grelha de referência para as construções; contudo, Dürer omitiu o círculo inscrito, que reconheceu ser inútil. Esta análise geométrica de Dürer terá, cerca de 450 anos mais tarde, importantes consequências e resultados práticos; é a base da representação numérica das fontes digitais, usando imagens vectoriais.

No Livro I, Dürer trata problemas de Geometria Linear que em geral ocupavam os matemáticos: linhas rectas, curvas algébricas, parábolas, elipses e hipérboles, e aventura-se mesmo na construção de hélices, concóides e epiciclóides. Dürer não investiga as propriedades matemáticas destas linhas. Limita-se a construí-las e consegue fazê-lo graças à aplicação de um método familiar a qualquer arquitecto ou carpinteiro: o método das projecções paralelas.

Representou o cone, cortado como uma casca, em elevação lateral e plano térreo, transferindo o número suficiente de pontos da elevação lateral para o plano térreo. A hipérbole normal, produzida por uma secção paralela ao eixo do cone, pode ser lida directamente. As elipses produzidas por secções oblíquas, podem ser obtidas expandindo proporcionalmente os seus eixos principais.

No Livro III, Dürer descreve a construção geométrica das letras romanas. Combinando linhas rectas com arcos circulares, Dürer descreve cada letra num quadrado e define com exactidão numérica as suas proporções. Já a construção das letras góticas dispensava os arcos circulares e a inscrição da letra num quadrado. Neste caso, a metodologia de Dürer partia de um pequeno número de figuras geométricas tais como quadrados, triângulos e trapézios.

No Livro IV, Dürer introduz como novidade a planificação de sólidos, em detrimento da representação destes em perspectiva. A inscrição dos sólidos no plano deve permitir que, quando recortados e devidamente colados, formem um modelo de um sólido em três dimensões. Dürer realizou também estudos exaustivos acerca das proporções humanas e sobre a perspectiva.

Temas relacionados
Links

http://www.rarebookroom.org/Control/duruwm/index.html

http://www.gleeson.us/durer/just_shaping_scan.pdf

Publicações

Panofsky, Erwin. Vida y Arte de Alberto Durero. Madrid: Alianza, 1995.

Panofsky, Erwin. Das Leben und die Kunst Albrecht Dürers, ins Deutsche übersetzt von Lise Lotte Möller, München 1977 (erste engl. Ausgabe: 1943).

Giorgio Zampa; Angela Ottino Della Chiesa: L'opera Completa di Dürer. Rizzoli Editore, Milano 1968

Albrecht Dürer. 1471/1971. Ausstellungskatalog des German. Nationalmuseums, Nürnberg. Prestel, München 1971, ISBN 3-7913-0004-0

Matthias Mende (Hrsg.) Albrecht Dürer - ein Künstler in seiner Stadt. Tümmels, Nürnberg 2000, ISBN 3-921590-84-1

Mark Lehmstedt (Hrsg.): Albrecht Dürer: Das Gesamtwerk. CD-ROM, Digitale Bibliothek, Nr. 28. Directmedia Publishing, Berlin 2004, ISBN 3-89853-428-6. Enthält auch: o Fedja Anzelewsky, Albrecht Dürer: Werk und Wirkung, Stuttgart 1980 (elektron. Ausg. 1999);

Albrecht Dürer: Schriften und Briefe, herausgegeben von Ernst Ullmann und Textbearbeitung von Elvira Pradel. Reclam Verlag, Leipzig 1993.

Christian Schoen, Albrecht Dürer: Adam und Eva, Reimer Verlag, Berlin 2001, ISBN 978-3-496-01244-3

Schauerte, Thomas, Die Ehrenpforte für Kaiser Maximilian I. Dürer und Altdorfer im Dienst des Herrschers, Deutscher Kunstverlag, Berlin, München 2001, ISBN 3-422-06331-5

Johann Konrad Eberlein. Albrecht Dürer. Rowohlt Taschenbuch Verlag, Reinbek 2003, ISBN 3-499-50598-3

Christoph J. Scriba u. Peter Schreiber: 5000 Jahre Geometrie. 2. Auflage. Springer-Verlag, Berlin/Heidelberg 2005, ISBN 3-540-22471-8

Wolfgang Schmid: Dürer als Unternehmer. Kunst, Humanismus und Ökonomie in Nürnberg um 1500. (Beiträge zur Landes- und Kulturgeschichte 1). Porta-Alba-Verlag, Trier 2003, ISBN 3-933701-05-8

Norbert Wolf: Albrecht Dürer 1471-1528. Das Genie der deutschen Renaissance. Taschen Verlag, Köln 2006, ISBN 3-8228-4919-7

Albrecht Dürer, Hrsg. Klaus Albrecht Schröder und Maria Luise Sternath, Hatje Cantz Verlag, Ostfildern 2003, ISBN 978-3-7757-1330-6

Olga Kotková (Ed.): Albrecht Dürer. The Feast of the Rose Garlands. Exh. Cat. National Gallery Prague. Prague 2006.

Friedrich Piel: Albrecht Dürer. Aquarelle und Zeichnungen. Dumont, Köln 1983, ISBN 3-7701-1483-3

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