Fraktur (1)Fraktur (1) ¶ Fraktur (2) ¶ Fraktur (3) ¶ Fraktur (4) Fractura é a palavra latina para quebra explica-nos que as letras góticas com formas originalmente redondas tinham sido quebradas. Esta prática começou no princípio do século xiii; é comum relacionar o novo estilo caligráfico com os padrões arquitectónicos góticos, onde a ogiva quebrada tomou o lugar dos arcos redondos, característicos do estilo românico.
Analisando as famosas catedrais góticas de Chartres e Amiens, parece-nos plausível que as formas das letras altas e quebradas tivessem tido aqui a sua inspiração ou pelo menos, um paralelo estilístico. Contudo, a Fraktur original, aparece já na transição do estilo gótico para o renascentista na Alemanha do Sul.
Leonhard Wagner, inventor da FrakturO mestre-calígrafo Leonhard Wagner, [Lienhart Wagner], nascido em 1454 em Schwabmünchen perto de Augsburg, falecido em 1522 em Augsburg, também titulado Meister Leonhard, Wirstlin ou Würstlin, é considerado o criador da Fractura manuscrita. Leonhard Wagner é considerado o mais notável calígrafo do século XVI.
Em 1492, o monge beneditino Wagner caligrafou para o imperador Maximilian I a vistosa obra Vita Sancti Simperti, com ilustrações de Hans Holbein o Velho, obra hoje guardada na Bayerische Staatsbibliothek München. Em outros conventos beneditinos, por exemplo em Sankt Gallen, Leonhard Wagner ensinou a arte de bem escrever, que dominava com tal excelência, que os seus contemporâneos o chamavam a Oitava Maravilha. A sua obra-mestra caligráfica foi igualmente dedicada ao monarca Maximilian I a Proba centum scripturarum una manu exaratarum de 1507, hoje na Biblioteca do Bischöfliches Ordinariat em Augsburg. Esta famosa Proba é um livro de estilos caligráficos incluindo mais de cem tipos de letras (!), das quais alguns eram da invenção do próprio Wagner. Foi no capítulo da Proba dedicado à littera moderna que foram mostradas pela primeira vez uma Fraktur e uma Halbfraktur, que Wagner designou fractura germanica e semifractura. Mestre Leonhard Wagner cunhou assim toda a posterior evolução da escrita alemã, até ao meio do século xx. A sua deutsche Fraktur tornou-se a letra corrente burguesa e a escolha consciente de inúmeros intelectuais, poetas e autores da Alemanha, Áustria, Suíça até ao fim da II Guerra Mundial.
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