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Grandjean / Roman du Roi

Os caracteres gravados por Grandjean romperam com a tradição dos caracteres criados por Jenson e Garamond e abriram caminho à construção de caracteres muito diferentes, nomeadamente aos criados por Didot e Bodoni, em que existe um contraste muito mais acentuado entre as hastes grossas e finas.

Grandjean

O Grandjean ou Romain du roi, do qual foram gravados 21 corpos entre 1693 et 1745. Foi o único tipo usado na 'Imprimerie Royale até 1811.

 

No século XVI, em plena Renascença, a melhor tipografia europeia vinha de França, mas já no fim do século a herança de Claude Garamond e Jannon entrou em declínio.

Para ressuscitar o esplendor francês, foi fundada em 1640 a 'Imprimerie Royale por decreto real.

No reinado do monarca absolutista Louis XIV, uma comissão real composta por dez especialistas investigou e debateu a partir do ano de 1692, até finalmente aprovar um tipo totalmente novo: o de Philippe Grandjean – em 1702.

Foram precisos dez longos anos para aprovar estes novos caracteres, baseados em conceitos matemáticos, construidos sobre uma grelha ortogonal. Este Grandjean, o «mais belo de todos os tipos», já não tinha qualquer afinidade com os padrões caligráficos que haviam cunhado as garaldes.

Depois de aprovado, o Grandjean passou a chamar-se Romain du Roi. Mas como o tipo era propriedade exclusiva da Imprimerie Royale, todas as outras fundições tiveram de fabricar os seus próprios tipos – o que acabou por favorecer a concorrência estrangeira.

Jean Anisson, director da Imprimerie Royale, tinha decidido renovar a Typographie royale. Tomou parte nas sessões da Commission Jaugeon, encarregada de definir o desenho dos caracteres.

Para executá-los, recorreu a Philippe Grandjean, gravador de punções e conservador da Fonderie Royale. Por sua vez, Grandjean recorreu aos serviços do seu aluno Jean Alexandre, (que lhe viria a suceder em 1723).

Mais tarde, Louis Luce, genro de Alexandre, completou a Grandjean do corpo 4, — Perle —, e um corpo de capitulares de 120 pontos.

Grandjean fez um trbalho original ao interpretar os desenhos da Commission - consultando mais os seus olhos — «juges souverains du goût» — que o compasso que Jaugeon e os seus associados tinham usado para conter os caracteres num quadrado que consistia de 2304 «pixels».

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Concebido como uma arquitectura, a Roman du Roi separa-se nitidamente da caligrafia pela sua «juste proportion», pela sua regularidade e uniformidade.

Utilisation : « servir au plus magnifique ouvrage qui ait jamais paru » Par rapport au Garamont, le Grandjean apparaît comme réglé, avec ses empattements plus fins, presque sans transition avec les verticales qu'ils arrêtent.

As patilhas horizontais superiores obrigaram Grandjean à fazer a distinção do «l» minúsculo do «I» maisúsculo. Esta pequena particularidade passou a ser o sinal distintivo dos caracteres reais.

O Grandjean, ou Romain du roi, estava destinado a « servir au plus magnifique ouvrage qui ait jamais paru », as Médailles sur les principaux événements du règne de Louis le Grand (1702).

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