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Alfonse Mucha

Este ilustrador e artista gráfico, pintor e escultor checo, é um dos principais nomes que define as formas e os contúdos do cartaz publicitário Art Nouveau. São famosas as obras gráficas do seu período parisiense (1895-1904).

Hoje em dia, segue sendo o ícone incontestável do espírito dos anos 1900, os quais foram ilustrados com perfeição por cartazes e figuras associados ao período da Belle Époque. Apesar do talento revelado precocemente, Alfons Maria Mucha (Morávia, 1860 — Praga, 1939) não conseguiu matricular-se na Academia de Belas Artes de Praga e foi tentar a sua sorte na Áustria.

Com 19 anos, obteve seu primeiro emprego como pintor de cenários na Ópera de Viena. Nas horas vagas, para reforçar o seu orçamento, pintava retratos. A sua fama de excelente pintor valeu-lhe uma encomenda do conde Khuen Belasi para uma série de murais para seu palácio.

Durante cinco anos Mucha trabalhou para a família Belasi. Graças ao mecenato obtido de seus empregadores ele conseguiu estudar na Academia de Arte de Munique e posteriormente, concluiu seus estudos em Paris, nas Academias Julien e Colarossi.

Quando foi contratad0 por Sarah Bernhardt, o artista também assinou um contrato exclusivo com a Gráfica Champenois para produzir materiais comerciais e decorativos. Dessa parceria iriam nascer os famosos cartões postais, menus para restaurantes e peças promocionais para a afamada marce de champagne Möet & Chandon.

«Pinups» Arte Nova

O cartaz Gismonda inaugurou o «estilo Mucha», transformando o seu autor no expoente máximo do cartaz Art Nouveau parisiense.

Mucha desenvolveu dúzias de peças publicitárias para apregoar toda a espécie de produtos e serviços.

Trabalhou para a Nestlé, para fabricantes de biscoitos, cervejas e champanhes, desenhou cartazes para promoção do Turismo, para promover papel de enrolar cigarros (a famosa marca JOB) – e para as suas próprias exposições.

Graças a toda uma série de fotografias conservadas até hoje, podemos verificar que Mucha usava frequente fotografias de modelos para realizar os seus trabalhos gráficos. Para dar saída à enorme quantidade de encomendas de material publicitário, Mucha desenvolveu estereótipos gráficos baseados no esquema da jovem mulher sensual e sedutora que integrava todos os cartazes.

Muito antes dos americanos falarem de «pinups», já Mucha tinha criado a «pinup Art Nouveau»...

Em 1900, Mucha desenhou o Pavilhão Bósnia-Herzegovina para a Feira Mundial de Paris. Estabelece uma parceria com o ourives Georges Fouquet na criação de jóias baseadas nos seus desenhos.

Também publicou o livro Documents Decoratifs, para transmitir os seus padrões artísticos para os seus colegas, no qual ele forneceu um conjunto de esquemas do estilo Mucha, que seus imitadores não perderam tempo em utilizar.

Apesar do artista ter deixado o seu país de origem para desenvolver sua carreira artística, sempre se manteve perto das suas raízes. Depois de viver anos em Viena, Munique, Paris e nos Estados Unidos, Alfons Mucha regressou à Boémia em 1910, para dar início a um projecto que iria ocupar o resto de sua vida: a criação de uma obra patrioteira, um monumento comemorativo das lutas e vitórias do povo eslavo. Em 1910 o milionário Charles Crane, amigo de Masaryk, futuro presidente da primeira república checa, decide patrocinar o projecto Epopéia Eslava, a que Mucha dedicaria o resto da sua vida, e que integrava a pintura de 20 telas imensas – 4 x 6 metros –, com cenas da vida checa e outras consagradas à etnia eslava, distribuídas em 4 temas – alegórico, religioso, militar e cultural. Cinco telas ficaram prontas a tempo para serem exibidas em Nova Iorque, em 1921.

Apresentadas em Praga em 1928, foram reproduzidas, imediatamente, em cartões-postais. Mas enquanto criava as vinte pinturas de grande formato que iriam compor o conjunto da Epopéia Eslava, Mucha encontrou sempre tempo para se dedicar a pequenos trabalhos, tais como desenhar os selos e as cédulas da nova moeda que seriam utilizadas pela recém-proclamada República da Checoslováquia. Foi nesse período que nasceram as pinturas que serviram de modelo para os vitrais da Catedral de São Vito.

Mucha foi um artista checo, apegado à sua terra e ao seu povo. Hoje ainda se podem admirar os seus trabalhos na Catedral de São Vito, onde fez alguns vitrais, ou na Casa Municipal (Obecní Dm), edifício emblemático da Art Nouveau em Praga.

Para descobrir melhor Mucha, o melhor é conhecer o Museu Muchas; um grande número das obras parisienses que o fizeram famoso, encontram-se ali expostas. A segunda parte do museu é um convite para descobrir a faceta do artista como patriota convencido, defensor do povo eslavo numa época em que o descontentamento reinava no do império austro-húngaro.

Quando voltou à Boémia em 1910, colocou a sua arte a serviço do Renascer Nacional, incluindo nas suas figuras personagens do folclore moravo ou de celebrações do Sokol. Mucha também desenhou os selos de correio e as notas, os emblemas e os símbolos para a nova República de 1918.

A Epopeia Eslava em Praga, que o artista considerava como sua obra prima, foi concebida como um canto grandioso e profético, dedicado ao povo checo. Se o projecto de instalação da obra em Praga se concretizar, talvez um dia a obra de Mucha será considerada de maneira mais completa no seu país de origem.

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