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Os jornaisNo Ocidente, os antecedentes dos jornais surgiram com a Acta Diurna publicado sob ordem de Júlio César na Roma antiga. Na Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais eram comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas. Em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais. Esta arte propagou-se com uma rapidez impressionante pelo vale do Rio Reno e por toda a Europa. Entre 1452 e 1470, a imprensa conquistou nove cidades germânicas e várias localidades italianas, bem como Paris e Sevilha. A edição de vários títulos de jornais e outras publicações foi amplamente facilitada a partir da invenção da Tipografia por Gutenberg. Dez anos depois, registava-se a existência de oficinas de impressão em 108 cidades; em 1500, o seu número era de 226. Durante o século XVI os centros mais produtivos eram as cidades universitárias e as cidades comerciais. Veneza continuou a ser a capital da imprensa, seguida de perto por Paris, Lyon, Frankfurt e Antuérpia. A arte tipográfica começou a deslocar-se de Itália para os países do Norte da Europa, onde funcionava como elemento difusor do Humanismo e da Reforma Protestante. A Imprensa Pré-IndustrialA primeira publicação impressa periódica regular (semanal), o Nieuwe Tijdinghen, aparece em 1605, na Antuérpia. Os primeiros periódicos em alemão são fundados em 1609: o Relation aller fürnemmen und gedenckwürdigen Historien (Relação de todas as notícias notáveis), em Estrasburgo, e o Avisa Relation oder Zeitung.
Em 1615 surge o Frankfurter Journal, primeiro periódico jornalístico, também semanal e em alemão. Em 1621, surgiu em Londres o primeiro jornal particular de língua inglesa, The Corante. No ano seguinte, um pacto entre 12 oficinas de impressão inglesas, holandesas e alemãs determinou intercâmbio sistemático de notícias entre elas. No mesmo ano, Nathaniel Butler fundou também em Londres o primeiro hebdomadário: o Weekly News, que, a partir de 1638, seria o primeiro jornal a publicar noticiário internacional. Foi seguido na França por La Gazette, de Théophraste Renaudot cujo primeiro número foi publicado em 30 de maio de 1631, e na Holanda pelo Courante uyt Italien ende Duytschlandt, em 1632. O primeiro jornal em português foi fundado em 1641, em Portugal: era A Gazeta, de Lisboa. A Imprensa e a IndustrializaçãoNos séculos XVIII e XIX, proliferaram os jornais. O The Times, de Londres, começa a circular em 1785, com o nome de The Daily Universal Register. Seria rebaptizado para The Times três anos depois. No século XIX, os empresários descobriram o potencial comercial do jornalismo como negócio lucrativo e surgiram as primeiras publicações parecidas com os diários actuais. Nos Estados Unidos, Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst criaram grandes jornais destinados à venda em massa. Em 1833, foi fundado o New York Sun, primeiro jornal popular, vendido a um centavo de dólar. The Guardian, um dos jornais mais vendidos do Reino Unido até hoje, surge em 1821. Somente com a Revolução Industrial é que o jornal ganhou formatos semelhantes aos que tem hoje, e como meio de comunicação, se consolidou como fonte principal de informação da sociedade ocidental. BrasilO Brasil demora a conhecer a imprensa, por causa da censura e da proibição de tipografias na colónia, impostas pela Coroa Portuguesa. Somente em 1808 é que surgem, quase simultaneamente, os dois primeiros jornais brasileiros:
No Brasil, o primeiro jornal a circular foi o Correio Braziliense, editado por Hipólito José da Costa, impresso em Londres e distribuído na colónia a partir de 1808. No mesmo ano, com a chegada da Imprensa Régia com Dom João VI até então não havia imprensa oficial no Brasil , é fundado o primeiro jornal publicado inteiramente no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro em 1808.
Os jornais do séc. XIX/ XXOs jornais e especialmente os tablóides da yellow press que começaram a aparecer em grande número a partir de 1870 alcançaram tiragens incríveis. Nas grandes metrópoles Barcelona, Madrid, Paris, Berlin, Londres e Nova Iorque saíam vários jornais diários, com tiragens espantosas, alguns até com edições da manhã e da tarde. A substituição da impressão plana pela impressão rotativa permitiu acelerar, nos fins do século xix, a transformação das editoras de jornais e revistas em enormes empresas; formaram-se os gigantescos impérios de mass media norte-americanos chamados New York Times, National Geographic, Washington Post, etc.
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