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Bernardo Loureiro Marques (1898-1962)

Natural de Silves, Algarve. Obra gráfica, ilustrador de revistas. Pertenceu à segunda geração do Modernismo português.

Resumo: Bernardo Marques foi autor de uma obra multifacetada que lhe confere um lugar de destaque na ilustração portuguesa. Iniciou-se como ilustrador, com desenhos humorísticos, actividade que prosseguiu até meados dos anos 30, em jornais e revistas.

A sua estada em Berlim, em 1929, fê-lo tomar contacto com o expressionismo alemão, que ele adaptou ao contexto lisboeta. Viagens a Paris, Nova Iorque e São Francisco, nos anos 30, alimentaram e desenvolveram a sua expressão criadora.

Nos anos 40 a sua actividade desdobrou-se entre a ilustração, as artes gráficas e a decoração, tendo dirigido algumas publicações periódicas, colaborado com várias editoras e aceitado encomendas oficiais do SNI.

Na década de 50 volta ao desenho como actividade autónoma e de carácter íntimo que centrou essencialmente na análise da paisagem urbana e rural.
Contemporâneo da segunda geração modernista, Bernardo Marques recusou sempre expor individualmente e só depois da sua morte foi possível avaliar a dimensão da sua obra.

Nasceu em Silves no seio de uma família de abastados proprietários rurais. Em 1918 inscreveu-se na Faculdade de Letras. Contudo, abandonaria os estudos logo no 3.º ano, decidindo que queria ser pintor.

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Técnica mista sobre papel — 20,8 x 20,8 cm

Bernardo Marques começou por realizar ilustrações e desenhos humorísticos nas revistas ABC e Ilustração Portuguesa.

Em 1920, participou na III Exposição de Arte do Grupo dos Humoristas Portugueses, com Almada Negreiros, Jorge Barradas, Ernesto do Canto, Emmerico Nunes, Cristiano Cruz, António Soares e José Pacheko, entre outros.

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Ilustrador

A partir de 1921, dedicou-se intensivamente à ilustração em ABC a Rir, O Século, A Batalha, Diário de Lisboa e, a partir do ano seguinte, na revista Contemporânea. Trabalhou também na revista Kino.

Nascido em Lisboa em 1895, António Ferro foi uma figura emblemática do Estado Novo, sendo o mentor da imagem da Ditadura fascista até ao final dos anos 40.
Desistiu do curso de Direito para se dedicar ao jornalismo e às artes, sendo um adepto do Modernismo.
Editor do Orpheu em 1915, politiza-se, apoiando primeiro Sidónio Pais e defendendo depois a necessidade da intervenção do Estado como entidade dominante, através de uma figura carismática.
Director da revista Ilustração Portuguesa em 1921, amante do jazz e do cinema, parte em viagem para os Estados Unidos, publicando em 1931 a obra "Hollywood, capital das imagens". Aqui fica fascinado pela produção de filmes e pela sua magia, ao mesmo tempo que o repele o liberalismo norte-americano.

Em 1923, mudou-se com a mulher, Ofélia Marques, para a Calçada dos Caetanos, para o prédio onde viviam António Ferro e Fernanda de Castro, e ainda a família do poeta José Gomes Ferreira. Aqui viveu até ao início dos anos 40.

Em 1924, recebeu a primeira grande encomenda: uma obra para os painéis que haveriam de decorar o café A Brasileira, no Chiado. A Bernardo Marques coube a parede por cima da porta principal do café, que ele decorou com camponeses e camponesas estilizados, na mesma linha da pintura que realizara para a casa do casal Ferro.

A partir de 1925, e até 1929, publicou regularmente, aos domingos, uma crónica satírica no Diário de Notícias, intitulada Os Domingos de Lisboa.

Em 1926, integrou o II Salão de Outono, e começou a colaborar na Ilustração. Nos anos seguintes, seria a vez do Sempre Fixe, da Civilização e da Imagem, entre muitas outras publicações, a par da realização de cartazes para filmes portugueses.

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Em 1929, BLM faz a sua primeira viagem ao estrangeiro, a Berlim, onde o expressionismo satírico de Georges Grosz o impressiona.

As obras que realiza a partir de 1930 estão sob esta influência, tentando a crítica social; foram pela primeira vez apresentadas ao público em 1930, no I Salão dos Independentes.

No mesmo ano, B.L. Marques participou também na II Exposição de Arte da Caixa do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa, e realizou os cenários para o filme Ver e Amar, de Chianca de Garcia.

Em 1931, participou no II Salão dos Independentes, e colaborou com Fred Kradolfer, José Rocha e Carlos Botelho, nas decorações para o Pavilhão Português da Exposição Colonial Internacional de Vincennes, em França.

Esta foi a primeira de muitas viagens à capital francesa. Em 1932 e 1933, expôs no Salão de Inverno, em Lisboa, na Exposição Industrial de Lisboa e na Galeria UP.

Colaborou também na revista Presença. No ano seguinte viajou de novo até Paris, com o fim de estudar artes gráficas. Realizou algumas exposições nos meses em que aí residiu e, de regresso a Lisboa, executou trabalhos decorativos para o Cortejo Fluvial das Festas de Lisboa.

Estreou-se em 1920 na III Exposição dos Humoristas Portugueses. Dedicou-se à caricatura da cidade de Lisboa tendo sido desenhador permanente da revista Ilustração Portuguesa, e desenvolveu algumas experiências na área da decoração no pavilhão português da Exposição Internacional de Paris (1937) e nos pavilhões de Nova Iorque e São Francisco (1939).

Foi também colaborador na decoração do Pavilhão Português da Exposição do Mundo Português (1940). Foi director gráfico das revistas Panorama (1941-1950), Litoral (1944-45) e Colóquio (desde o primeiro número até à sua morte).

Durante toda a década de 40, trabalhou como ilustrador, publicitário, decorador, autor de capas para inúmeros livros, de cenários e figurinos. Pintou também, nesta altura, os painéis que decoram o Círculo Eça de Queiroz, em Lisboa.

Ao serviço do SNI

Durante toda a década, foi director gráfico da revista Panorama, editada pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI), e da revista Litoral (1944-45).

Em 1947, assumiu a direcção de arte da Editorial Ática. A partir de 1948, dedica-se mais ao desenho, concentrando-se nas vistas da cidade. Em 1949, foi director da I Feira das Indústrias, e recebeu a encomenda das decorações do paquete Vera Cruz, a que se seguiria o Santa Maria, em 1951.

No ano seguinte, expôs quatro desenhos na Bienal Internacional Bianco e Nero, em Lugano, na Suíça. A partir daqui, e até à data da sua morte, em 1962, a sua actividade plástica conheceu novo vigor. Participou na Exposição de Vinte Artistas Contemporâneos, na Galeria de Março, em Lisboa.

Adquiriu uma casa na região de Sintra, que se ajustava ao interesse que entretanto a paisagem adquirira na sua obra, e aí passou a ter atelier.

Em 1954, a convite de Jaime Cortesão, participou com um grande painel na exposição comemorativa do IV Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo, no Brasil.

Em 1957, recebeu os prémios de aguarela e desenho na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Gulbenkian; participaria também na segunda, em 1961. De 1959 a 1962, foi director artístico da revista Colóquio.

Capas de livros

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A Boca da Esfinge Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1924
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Planície Heróica

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Cidade em flor

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Amores infelizes

Capa de Bernardo Marques para Mundo Novo, de Anónio Ferro.

Bibliografia

bml Ruivo, Mariana Bairrão.
Bernardo Marques
Editorial Presença
Colecção: Edições Especiais
Nº na Colecção: 5
Preço: €47,64
ISBN: 972231744X
198 pp
Data de lançamento: 1-12-1993
Este volume surge como um contributo para o estudo da obra deste artista na sua globalidade, enquadrando-a no seu contexto histórico e perspectivando-a nas diferentes fases da sua evolução. Este estudo está amplamente documentado por material iconográfico, em que se salientam para cima de 200 reproduções, ilustrando diferentes aspectos da produção artística de Bernardo Marques
   

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