T I P O G R A F O S . N E T     by FreeFind

» Ínicio

» As nossas fontes digitais

» Workshops

» Cadernos Tipográficos

» Brasil ¦ » Portugal» Espanha

» Designers

» Tipos

» Como fazer fontes

» Directório de fundições

» Boas Práticas

» História da Tipografia

» Livros históricos

» Magazines

» Jornais

» Tecnologias

» Sistemas de Escrita

» Glossário

» Museus, Bibliotecas

E-BOOKS

LAYOUT, o e-book que ensina a paginar
Alfabetos, o e-book que descreve toda a Tipografia e Caligrafia
Tipos e fontes, o e-book que ensina Typeface Design
Design em Portugal documenta os primeiros cem anos: de 1870 a 1970.
Revistas para Clientes, o e-book sobre o Corporate Publishing

Megalitismo, o e-book sobre a Pé-Historia
Romanos na Península Ibérica, o e-book sobre a Cultura Romana

Iluminuras

Na confecção de um livro medieval, as miniaturas não eram introduzidas arbitrariamente.

O livro apresentado a um iluminador para receber a sua decoração ou ilustração é portador de uma forma previamente definida, ou seja, de um programa orientador do processo de execução levada a cabo por um ou mais artistas

O livro sofre operações sucessivas desde a preparação do pergaminho e do papel, à escolha do formato e corte do tipo de suporte, à definição dos cadernos, à determinação da superfície a ocupar pelas iluminuras e pelas letras capitulares e a sua disposição no fólio.

O espaço do ornato é calculado de acordo com o módulo da unidade de regramento e a hierarquização dos assuntos, sendo definido previamente em todos os seus limites pelo copista em linhas a sépia, tanto para as iniciais como para as cercaduras ou ainda a transcrição do texto.

Esta última etapa compreende a escolha da dimensão das letras, a repartição dos espaços, as subdivisões do texto e as indicações precisas dos locais para títulos, rubricas, iniciais, capitulares e ilustração. O scriptor poderia, no entanto, e em códices de menor importância, pintar ele próprio iniciais e capitulares.

Nos outros casos o miniaturista não poderia dar início ao seu trabalho, sem todas as outras tarefas estarem concluídas. O miniaturista executa então a pintura das iniciais decoradas e das cenas ilustradas (narrativas) nos locais previstos e decora as margens.

A ilustração de margens e a introdução de outros elementos decorativos parece ter, quase sempre, precedido a pintura das cenas.Os ornatos podem ser dos mais variados: Iniciais filigranadas, iniciais fitomórficas, floreadas, historiadas, vinhetas, cercaduras, desenhos no interior das letras do texto e nas margens e, ainda, por iluminuras de página.

A última fase na produção de um livro consistia em reunir o diferentes cadernos e encadernar o livro. Esta operação não era habitual, conhecem-se alguns manuscritos sem encadernação. É de assinalar, que só alguns códices, hoje conservados, mantém o seu aspecto material de origem.

Páginas iluminadas, partes inteiras de texto podem ter sido perdidas ao longo dos tempos. Fólios iluminados independentes ou novas partes de texto foram frequentemente inseridas. Uma encadernação posterior ou o restauro de uma antiga, podem alterar a ordem inicial dos cadernos. Todas estas modificações podem ter a sua importância no estudo das iluminuras e só uma análise codicológica minuciosa poderá pôr em relevo o caracter único de cada códice e do seu respectivo programa iconográfico.

A Miniatura gótica situa-se entre o séc. XIII e o início do séc. XVI. Aparecendo, originariamente, em França, é a partir de 1230 que se realiza uma importante evolução sob a influência de uma das disciplinas artísticas mais difundidas na época, que utiliza o vidro como suporte da pintura e que se torna uma referência constante nos programas de ornamentação arquitectónica do gótico- o vitral.

Um facto decisivo e excepcional tecerá os novos contornos da produção de livros iluminados. Os ateliers monásticos implantados durante séculos darão lugar a uma produção laica, organizada de modo profissional em oficinas bem apetrechadas, instaladas nas cidades mais importantes. Particularmente Paris, secundarizará durante dois séculos todos os centros tradicionais do livro.

Graças ao mecenato dos Valois, a ilustração parisiense do livro atingirá um perfeccionismo e um domínio incontestáveis, caracterizando-se por representações de tendência mais plástica e realista.

Em finais do séc. XIV, sob os reinados de Carlos V e Carlos VI, as cortes francesas atraíam artistas estrangeiros, oriundos na sua maioria das províncias setentrionais, que vão marcar profundamente a evolução própria da miniatura francesa criando um estilo que ficaria denominado por franco-flamengo. No decurso do séc.XV, Paris abandonará a sua primazia em proveito da miniatura flamenga.

Depois da ocupação inglesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1328/1450), a última fase da iluminura francesa terá por quadro o Loire e como centro Tours, onde alguns iluminadores de renome residem na corte dos reis expulsos. Durante o séc. XIII, o estilo românico sobrevive temporariamente na Alemanha, na Áustria e na Boémia. O gótico faz a sua primeira aparição na Renânia.

As escolas de Viena e da Boémia estão em franco desenvolvimento no séc.XIV. É na corte de Praga que iremos encontrar um dos períodos mais brilhantes da produção lumínica desta época, graças ao mecenato de Carlos IV do Luxemburgo, com infuências francesas, italianas e bizantinas. A miniatura italiana do séc. XIII sofre uma metamorfose. Em Nápoles e na Sicília cruzam-se as influências ocidental, francesa, e a de Bizâncio. A actividade de pintores famosos manifesta-se na miniatura florentina e na lombarda e alguns centros destacam-se na confecção e decoração do livro, como Bolonha, Ferrara, Veneza ou Perusa.

Nos primeiros anos do séc. XV, manuscritos humanistas fazem a sua entrada. Neles se reconhece uma nova concepção artística do livro que irá romper com a tradição gótica. Depois da conquista normanda em 1066 a Inglaterra sofre uma influência continental.O desenvolvimento da literatura anglo-saxónica pára, o latim, a língua culta torna-se igualmente, língua administrativa e o francês do conquistador é falado pela classe dirigente. Só com o séc.XIV será consumada a fusão entre o francês e a língua popular e o inglês produzirá uma nova literatura que realçará um estilo intensamente decorativo e rico de fantasia. A Guerra das Rosas (1455/1485) e a política anti-romana de Henrique VI e Henrique VIII produzem uma destruição massiva de livros, sobretudo após a secularização dos mosteiros. As bibliotecas de Canterbury, Oxford e Durham foram declaradas papistas e esvaziadas as suas prateleiras, as suas mesas e cadeiras e tudo queimado, vendido ou exportado.

A partir de 1450 o papel director será assumido pelos Países Baixos. O apogeu da miniatura flamenga está estreitamente ligado ao mecenato de Filipe o Bom e à sua entourage. Um grande número de ateliers situados em cidades flamengas e do Brabante executam trabalhos notáveis.

Cerca de 1480 uma nova concepção da decoração marginal, a perspectiva, inundará os fólios produzidos pelos grandes mestres iluminadores flamengos. Esta característica originou o nascimento da escola denominada ganto-brugense, escola esta que ultrapassará fronteiras, chegando mesmo à Península Ibérica onde suplantará a influência muçulmana.As inovações trazidas pela escola ganto-brugense marcam, todavia, a derradeira e mais importante transformação da miniatura. O luxo que ostenta será o pronúncio da decadência da própria arte.

O Renascimento, como em Itália cerca de 1400, fará a sua entrada além dos Alpes na ornamentação e decoração dos fólios. O manuscrito e a miniatura tendem, gradualmente a ser ultrapassados pelo livro impresso e pela gravura, apesar de em circunstâncias excepcionais, o livro manuscrito e iluminado manter todo o seu prestígio.

Bibliografia
Layout, e-book da tipografos.net Paulo Heitlinger

LAYOUT é um e-book que ensina a paginar. Neste livro em formato digital são tratados os temas desta página e todos os outros assuntos relevantes para fazer uma óptima paginação de livros, jornais, newsletters, brochuras, etc.
Inúmeras dicas a nível estético e técnico fazem deste livro uma documentação única no universo dos livros profissionais escritos em Português ou em Espanhol. Por Paulo Heitlinger.

450 páginas em formato DIN A4, ao largo. Exclusivamente em formato e-book!

O primeiro manual prático escrito em português, sobre paginação, composição e Design editorial. Com muitos exemplos de jornais e revistas, nacionais e internacionais. Uma obra abrangente e informativa, guia elementar para estudantes, docentes e profissionais. Detalhes sobre o livro

Dogaer, Georges; Miniature Flamande vers 1475-1485, in Scriptorium, T. XXVI, 1972. Durrieu, P.; La Miniature Flamande au temps de la Cour de Bourgogne (1415-1530), Bruxelles/Paris, 1921. Martin, H.J., Le Livre et la Civilization Écrite, T. I, Paris 1968. ~

A Iluminura em Portugal, in Catálogo da Exposição Inaugural do Arquivos Nacional da Torre do Tombo, Editora Figueirinhas, Porto/Lisboa, 1990.

PEREIRA, F.M. Esteves, Os Manuscritos Iluminados, in A Iluminura em Portugal, Catálogo da Exposição Inaugural do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ed. Figueirinhas / Porto Lisboa,1990

Porcher, J.; L' Enluminure Française, Paris, 1998.

Página actualizada em 11.2013

baixo

Topo páginaTopo página

Quer usar este texto em qualquer trabalho jornalístico, universitário ou científico? Escreva um email a Paulo Heitlinger.
copyright by algarvivo.com