Tipografia Times
             
T I P O G R A F O S . N E T     by FreeFind

» Ínicio

» As nossas fontes digitais

» Workshops

» Cadernos Tipográficos

» Brasil ¦ » Portugal» Espanha

» Designers

» Tipos

» Como fazer fontes

» Directório de fundições

» Boas Práticas

» História da Tipografia

» Livros históricos

» Magazines

» Jornais

» Tecnologias

» Sistemas de Escrita

» Glossário

» Museus, Bibliotecas

E-BOOKS

LAYOUT, o e-book que ensina a paginar
Alfabetos, o e-book que descreve toda a Tipografia e Caligrafia
Tipos e fontes, o e-book que ensina Typeface Design
Design em Portugal documenta os primeiros cem anos: de 1870 a 1970.
Revistas para Clientes, o e-book sobre o Corporate Publishing

Megalitismo, o e-book sobre a Pé-Historia
Romanos na Península Ibérica, o e-book sobre a Cultura Romana

First Principles of Typography

Um excerto do célebre ensaio de Morison, que apareceu pela primeira vez no último número da revista The Fleuron. Foi posteriormente editado em forma de livro, em 1936, pela Cambridge University Press.

Não admira que as atitudes que Stanley Morison defendeu nos First Principles of Typography denotem uma posição conservadora, opondo-se aos impulsos vanguardistas da neue typographie alemã e, virado para o lado oposto, contrariando igualmente os impulsos saudosista-medievais que vinham das imprensas privadas, como a de William Morris Morris propagava: «As letras devem ser desenhadas por artistas, e não por engenheiros». .

«A tipografia pode ser definida como o ofício de dispor correctamente o material a imprimir para atingir um objectivo específico – o de colocar as letras, distribuir os espaços e controlar os tipos, de forma a oferecer ao leitor a máxima ajuda na compreensão do texto.

A tipografia é o meio eficaz para conseguir um fim essencialmente utilitário e só acidentalmente um deleite estético, já que o gozo visual das formas raramente é a aspiração principal do leitor. Assim, é incorrecta qualquer disposição de material de imprensa que, seja por que intenção for, produza o efeito de se interpor entre o autor e o leitor.

Any disposition of printing material which, whatever the intention, has the effect of coming between author and reader is wrong.

A partir deste pressuposto, deduz-se que a impressão de livros feitos para serem lidos oferece uma margem muito reduzida para realizar tipografia «original». Até a mediocridade e a monotonia na composição são muito menos nocivas para o leitor que a excentricidade ou a excessiva informalidade.

Os artifícios desta natureza são desejáveis, e até essenciais, nos impressos de propaganda, sejam estes de tipo comercial, político ou religioso, porque em tais impressos só a novidade é capaz de ultrapassar a indiferença.

Mas a tipografia do livro, com excepção das edições de pequena tiragem, requer obediência a normas quase absolutas. E com razão. Dado que a arte de imprimir é essencialmente um processo de multiplicação, necessita não só de ser bom em si mesmo, mas também de possuir esta qualidade com respeito a uma finalidade geral. Quanto mais ampla for esta finalidade, mais estritas serão as limitações impostas ao impressor [paginador].

Pode tolerar-se a este impressor [paginador] que faça uma experiência num opúsculo cuja tiragem não exceda os cinquenta exemplares, mas careceria de sentido tentar fazer experiências do mesmo tipo num impresso com cinquenta mil exemplares.

Pela mesma razão, a introdução de uma novidade tipográfica, que poderia parecer adequada num folheto de 16 páginas, seria totalmente indesejável num livro de 160 páginas. Faz parte da essência do uso da tipografia e da natureza do livro impresso o facto de se tratar de desempenhar um serviço público.

Para fins individuais ou particulares existe o manuscrito, o códice. Por esta razão há algo de ridículo em fazer um só exemplar de um livro impresso, o que não impede que se tire um número limitado de exemplares de um livro quando este constitui o veículo de uma experiência tipográfica.

"It is always desirable that experiments be made, and it is a pity that such 'laboratory' pieces are so limited in number and in courage. Typography today does not so much need Inspiration or Revival as Investigation."

É sempre desejável que se façam experiências, e se há algo que lamentamos é que sejam tão limitadas em número e atrevimento estas "peças de laboratório". Actualmente, a tipografia não precisa tanto da inspiração e dos revivalismos*, como da investigação. (...)»

*uma crítica velada ao saudosista William Morris.

Stanley Morison. First Principles of Typography

Bibliografia

Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006.

Jan Tschichold, The Form of the Book, Essays on the Morality of Good Design, Vancouver, British Columbia: Hartley & Marks, 1991

Harry Duncan, Doors of Perception, Essays in Book Typography, Austin: W. Thomas Taylor, 1987

Robert Bringhurst, The Elements of Typographic Style, Vancouver, Hartley & Marks, 1992

Carl Dair, Design with Type, Toronto: University of Toronto Press, 1967)

Fernand Baudin, How Typography Works (and why it is important), New York: Design Press, n.d.

Eric Gill, An Essay on Typography, Boston: David R. Godine, 1988

Bruce Rogers, Paragraphs on Printing, New York: Dover, 1979

,Stanley Morison, First Principles of Typography, Cambridge: Cambridge University Press, 1967.

Beatrice Warde. "Printing Should Be Invisible," in Books and Printing, Cleveland: World Publishing Company, 1963

Daniel Berkeley Updike, In the Day's Work, Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1924

Página actualizada em 08.07.2007

Topo páginaTopo página

Quer usar este texto em qualquer trabalho jornalístico, universitário ou científico? Escreva um email a Paulo Heitlinger.

copyright by algarvivo.com