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Rotis (Otl Aicher, 1988)

A fonte Rotis já tem sido criticada como uma Kopfgeburt – um esforço cerebral, um produto demasiado mental, com deficite de emoção e verve, enfim: uma letra sem garra. Esta crítica poderá ser mais bem compreendida se enquadrarmos as ideias de Otl Aicher no seu tempo e na sua sociedade.

Rotis: o conceito

O novo tipo que Otl Aicher criou em 1988 não devia de ser desenhado com régua, círculo e papel quadriculado, mas deveria tomar forma definitiva ao longo de um processo contínuo, a recalibrar pelos testes à legibilidade dos primeiros desenhos – um trabalho a fazer em várias iterações.

A letra devia de ser optimizada quanto à funcionalidade, e a parte estética deixada para a fase de acabamento.

Os seguintes parâmetros foram as directrizes do desenho:

  1. Traço base mais largo, para melhorar a legibilidade.
  2. O importante não são apenas as letras individuais, mas o seu jogo em conjunto.
  3. As letras são relativamente condensadas, os espaçamentos entre letras mais generosos.
  4. Para evitar uma impressão estática, as letras incluem alguns elementos de letras cursivas, fluídas.
  5. As famílias integram quatro cortes, situados entre a Antiqua (romana serifada) e a Grotesk (sem serifa).
Tabuletas com Rotis

Com a Rotis, Otl Aicher quis combinar a qualidade neutral, sem adornos, das sem serifas, com a legibilidade das serifadas. A Rotis foi desenhada para servir todas as aplicações: publicidade, display, texto corrido, composição de periódicos.

Comparando uma letra geométrica e estática [como a Futura] com a Rotis, nota-se uma fluidez própria para facilitar a leitura. O e da Rotis não foi construído geometricamente com o e redondo da Futura; tem um ducto muito próprio.

Apenas as cursivas são problemáticas: o seu desenho (ou a sua digitalização) não foi satisfatório.

Tabuletas com Rotis
 

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