Primórdios da Tipografia nos Estados Unidos da América

Dos primeiros impressos religiosos aos periódicos emancipadores da tutela britânica.

A primeira tipografia que se montou nos Estados Unidos da América, na baía de Massachusetts, imprimiu em 1639, The Freeman's Oath, a que se seguiu An Almanac for 1639, Calculated for New England by Mr. William Pierce, Mariner, de qual já não existem exemplares.

O prelo havia viajado em 1638, dezoito anos depois dos primeiros Pilgrims terem desembarcado em Plymouth Rock, por iniciativa do reverendo Jose Glover que já morava na Nova Inglaterra desde 1634.

Pese embora a má fama destes colonos, considerados "the restless of Europe", o que é certo é que estes cedo criaram escolas e uma vida cultural própria. Glover, entusiasmado com o projecto, foi a Inglaterra, comprou um prelo, tipos, tinta, papel e outros acessórios, levou consigo a família e um tal Stephan Day, serralheiro, residente em Cambridge, dois filhos deste e mais outro operário.

Pensa-se que Stephan Day não era impressor e na altura da partida nada sabia da arte mas que os filhos eram aprendizes de tipógrafo, especialmente Matthew Day com quem Glover contava para o trabalho de composição.

Jose Glover, o introdutor da Imprensa nos EUA, não haveria de assistir ao desembarque do material tipográfico, pois morreu a bordo, na viagem de regresso à América, possivelmente vitimado pela varíola.

A viúva de Glover e os operários contratados prosseguiram o sonho do reverendo e, em finais de 1638, a tipografia estava montada em Cambridge (EUA), e imprimiu logo no ano seguinte as duas obras referidas.

The Bay Psalm Book. O primeiro livro impresso na América do Norte, obra de Richard Mather e de outros dois sacerdotes. Apenas 11 exemplares desta impressão sobreviveram.

Em 1640 é impresso o primeiro livro: The Whole Book of Psalmes Faithfully Translated into English Metre..., mais conhecido por Bay Psalm Book. Com o falecimento de Matthew Day, que entretanto tomara conta da oficina que fora dos Glover, o negócio passa para as mãos de Samuel Green, que também não era impressor.

Porém, Green dedicou-se à arte negra e passados alguns anos ei-lo a imprimir obras notáveis. É de 1649 o primeiro livro que se conhece, impresso por Green, "A Platform of Church Discipline". Outros livros se lhe seguiram impressos por Samuel Green, nomeadamente os de carácter evangélico e pedagógico, alguns impressos na língua dos índios da etnia Algonquin.

Em 1654 imprime "The Cathecism", "The Book of Genesis" em 1655, "Psálnes in Metre" em 1658 e "Pierson's Catechism em 1658-1659.

The Holy Bible: Containing the Old Testament and the New, Translated into the Indian Language. . . Cambridge, Massachusetts: Samuel Green and Marmaduke Johnson, 1663. Rare Book and Special Collections Division, Library of Congress

Em 1663, Green e Marmaduke Johnson compõem e imprimem a Bíblia, em inglês e na língua índia, que constitui a obra mais importante produzida pela jovem tipografia na América do Norte.

Eliot's Algonquin Language Bible

Obedient to the New Testament command to preach the Gospel to all nations, ministers in all of the first British North American colonies strove to convert the local native populations to Christianity, often with only modest results. One of the most successful proselytizers was John Eliot (1604-1690), Congregational minister at Roxbury, Massachusetts. His translation of the Bible into the Algonquin Indian language is seen here. At one time Eliot ministered to eleven hundred "Praying Indians," organized into fourteen New England style towns.

Em 1691, Samuel Green, que continuava a imprimir em Cambridge, deu sociedade ao filho Bartholomew que já aparece no colofão do The Ornaments for the Daughters of Zion ao lado de Samuel Green que após isto se retirou da actividade de tipógrafo.

William Bradford

Quase um século depois da instalação do primeiro prelo no Massachusetts, William Bradford começa a trabalhar em Filadélfia em 1685 e, no mesmo ano, outro impressor, William Nuthead, instala-se no Maryland na cidade de Santa Maria.

Na Virgínia, a Imprensa é proibida, na Pensilvânia conhece regulamentação cerceadora, causa de muitos conflitos de Bradford com as autoridades o que leva o impressor a trocar Filadélfia - onde foi impressa a primeira Bíblia americana em 1782 no prelo de Robert Aitken -, por Nova York.

Mas os ideais de independência e liberdade que se espalham na América são aliados da Imprensa e esta transpõe os mais variados obstáculos e instala-se em todos os estados-colónias.

• No Maryland imprime William Nuthead em 1695 e William Parks em 1726.
• Em Baltimore imprime William Goddard no ano 1773.
• Em Connecticut a tipografia aparece pela primeira vez em 1709 pela mão de Thomas Short,
• em Rhode Island, James Franklin, irmão e mestre de Benjamim Franklin, foi o primeiro a instalar uma tipografia.
• Na Carolina do Sul e também na do Norte a tipografia é introduzida tardiamente. Só em 1749, James Davis estabeleceu em Nova Berna uma oficina tipográfica.

Após a independência americana...

...a tipografia conhece um enorme surto de desenvolvimento.

Os tipógrafos, que baseavam a sua actividade na impressão de jornais e de textos jurídicos, vêem então abrir-se-lhes novas portas e os jornais libertam-se de uma censura implacável imposta pelo colonizador inglês.

Além disso inicia-se a exploração de uma enorme área na região ocidental e a tipografia acompanha hordas de novos colonos.

A imprensa instala-se em Kentucky, no Tennessee, no Michigan, na Florida, no Alabama, no Texas, no Iowa, no Minesota, no Nevada, no Colorado, na Califórnia e no Novo México.

Os últimos estados a acolheram a tipografia foram Montana e Wyoming, em 1863 e o Dakota do Norte em 1864.

Jornais na América independente

O Aurora, jornal diário e de oposição, foi fundado por Benjamin Franklin Bache, neto do «Pai da Pátria». Benjamin Franklin Bache (1769-98) foi um dos mais influentes redatores de jornais de opinião na época do surgimento das primeiras agremiações políticas nos EUA, era filho de Sarah Franklin, única filha de Benjamin Franklin.

Desde 1790 Bache redigia o Aurora General Advertiser envolvendo-se em violentas polêmicas. Apoiava o Partido Republicano, de Thomas Jefferson, e opunha-se ao Partido Federalista, do presidente George Washington e do vice John Adams.

Bache foi por isso preso em 1798, ano em que faleceu vítima da febre amarela, embora seu jornal tenha continuado na mesma linha.

O tipógrafo Bernjamin Franklin

A empresa American Typefounders

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