Francesco Griffo, (1450-1518) gravador de punções de Bologna, colaborador de Manutius

Francesco Griffo (1450-1518)

Gravador de punções italiano, que desenhou um tipo romano e um tipo itálico que fizeram história. Trabalhou para o editor veneziano Aldus Manutius.

Griffo, Francesco (ou Francesco da Bologna)

Filho do ourives Cesare Griffo

nascido 1450

faleceu 1518 em Bologna, Itália

Gravador de punções, fundidor de tipos, desenhador de tipos

Bembo Poliphilus Griffo

1495: cooperação com Aldus Manutius, para o qual produziu alfabetos gregos e, em 1501, a sua letra cursiva

1496: desenhou a «Bembo» para a obra de Pietro Bembo De Aetna.

1502: desliga-se de Aldus Manutius

1503: Griffo grava uma letra itálica (=cursiva) para Gershom Soncino, em Fano

1516: monta uma oficina própria em Bologna.

Nicolas Jenson publicara a sua Romana em 1470; em 1495, Griffo desenhou um novo tipo romano (redondo), uma letra muito apreciada para livros. Griffo, gravador de punções para a Imprensa aldina, tinha adquirido grande perícia no seu primeiro ofício: ourives.

Em vez de se limitar a copiar as letras caligrafadas à mão, começou a fazer um autêntico typeface design. Alcançou o pináculo do seu ofício com os tipos metálicos que fez para a obra De Ætna, de Pietro Bembo (1493), e para a Hypnerotomachia Poliphili (1499), de Francisco Colonna, impressa por Aldus Manutius.

A sua maior façanha terá sido a invenção do itálico tipográfico nos anos 1500-1501.

Romana de Griffo: Fragmento da impressão da obra
De Ætna do cardeal Pietro Bembo.

Inúmeros typefaces modernos foram baseados na romana de Griffo. Um deles é a fonte Bembo, da Monotype.

O itálico (ou grifo)

Para a imprensa veneziana de Manutius, Griffo passou para os tipos metálicos a letra cursiva das chancelarias italianas, aliando a economia de espaço da letra aos pequenos formatos de edição, tornando os livros verdadeiramente «libelli portatiles in formam enchiridii».

Itálico de Griffo/Manutius

O tipo itálico, que compreendia mais de 60 punções com ligaturas, de entre os 150 glifos integrando a família do tipo, denominado na época por aldino, foi também obra de Francesco Griffo, em data próxima a 1499, e foi utilizado em 1501 na impressão de uma obra de Virgílio.

Ainda hoje, em Portugal é uso designar o corte itálico por «grifo».

Os tipógrafos de Lyon copiaram os caracteres cursivos, fazendo contrafacções das edições aldinas. Exemplos disso são as edições de Virgilio, 1501 e Dante, 1502.

Em Portugal a utilização de caractéres cursivos (de Basileia) está documentada a partir dos anos quarenta.

Links

Bibliografia

Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006.