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Art DécoEste movimento estético dos anos 30 reflectiu um gosto pelo luxo cosmopolita numa época de contrastes como foi a de entre as duas guerras mundiais. O jazz, Hollywood e Coco Chanel eram os novos símbolos de um certo estilo de «vida moderna».Para alguns historiadores de Arte, a Art Déco é a herdeira da Arte Nova. Arte Déco foi um estilo que surgiu na década de 1920, ganhando força nos anos 30 na Europa e na América do Norte e do Sul e que abrangeu a Moda, a Arquitectura, as Artes plásticas, o Design gráfico, a Tipografia e o Design industrial. A exposição em Paris, 1925O estilo deve seu nome à Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas (em francês: Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes), realizada em Paris, em 1925. «Convidamos todas as nações», lia-se no catálogo oficial da Exposition Internationale des Arts Decoratifs et Industriels Modernes, que encerrou em Paris no final de Outubro de 1925. Inaugurada em Abril, recebeu cerca de 15 milhões de visitantes. Contudo, a participação internacional foi reduzida: apenas cerca de 20 países, todos do continente europeu, com excepção do Japão. Os grandes ausentes foram a Alemanha convidada à última hora, acabou por não aceitar , e os Estados Unidos, que declinaram o convite por acharem que não conseguiam cumprir os requisitos estéticos impostos pela organização. Em 23 hectares, que incluiam a esplanada dos Invalides, a ponte Alexandre III, as margens do Sena e o Grand Palais, erigiu-se uma efémera cidade exaltando o luxo e o requinte da vida moderna, onde os visitantes se deleitaram com produtos cujas formas e materiais apelavam aos sentidos, expostos nos pavilhões franceses e nos das representações estrangeiras. Um dos mais comentados, pela surpresa, estupefacção e admiração que causava, foi o pavilhão da URSS, concebido pelo arquitecto Konstantin Melnikoff (18901974) nos principios estéticos do Construtivismo, em ferro, vidro e madeira. «A União das Républicas Socialistas Soviéticas deixou nas margens do Sena, a sombra da bandeira vermelha, uma estilização da guilhotina», escreveu o crítico francês Yvanhoe Rambosson na Revue de l'Art ancien et moderne. «Devemos ver nele, como alguns proclamaram, um organismo plástico de rara perfeição ou, como outros disseram com desprezo, um simples desafio ao bom senso?», interrogava-se, para seguidamente concluir que ele possuia, «pelo menos, uma qualidade que devia apreciar-se no seu justo valor num edifício para exposição: é bem um pavilhão publicitário». O objectivo da França era mostrar ao mundo que continuava a ser a principal referência nos dominios da Arquitectura, das Artes decorativas e da Moda. E o que se mostrou nos pavilhões franceses aos visitantes foram, sobretudo, os produtos de um consumo de luxo, apenas ao alcance das bolsas de uma muito restrita élite internacional, como se pode constatar folheando os 12 volumes da Encyclopedie des Arts Decoratifs et Industriels Modernes au XXeme siecle. Embora não sendo o catálogo oficial da exposição de 1925, esta Encyclopedie des Arts Decoratifs... é o melhor documento para hoje fazer da exposição uma reconstituição pormenorizada. Publicada em Paris pela Imprimerie Nationale, não é possivel dizer com certeza a sua data de edição, uma vez que nenhum dos volumes possui essa informação. No entanto, pelo facto de cada um deles conter imagens da exposicao, permite colocar a hipotese de ter sido publicada depois do seu encerramento (final de Outubro de 1925), entre 1926 e 27. Cada um dos 12 volumes e dedicado a um aspecto da vida moderna . da arquitectura a moda, passando pelo ordenamento das cidades . presente na exposicao, com textos (não assinados) contextualizando as criações artísticas, acompanhado por numerosas fotografias e heliogravuras, algumas das quais a cores, uma bibliografia, um indice tematico e um das ilustracoes. Um exemplar desta obra foi comprada pelo Museu Calouste Gulbenkian para a exposição Art Déco, 1925, realizada em 2010, e foi integrada no fundo documental da Biblioteca de Arte. Caracterização do estiloArt Déco foi essencialmente um estilo decorativo que combinava luxo e ornamentação formal, e que apresentava cores discretas, traços sintéticos, formas estilizadas ou geométricas. Muitos designers da Arte Déco rejeitaram os materiais tradicionais (ou industriais) e preferiam materiais nobres como o ébano, o mármore, a laca e madeiras raras. Os objectivos do Modernismo funcionalista que a Bauhaus e Le Corbusier preconizavam, ficaram arredados; a Art Déco colocava a sua ênfase no valor decorativo. MonumentalidadeUma característica da Art Déco é a exaltação da monumentalidade, muito de acordo com o novo-riquismo da «Golden Age» norte-americana, numa era onde o poder industrial e a expansão capitalista servia uma élite afluente, dedicada ao lazer. Em PortugalEsta monumetalidade está visivel, em Lisboa, no Cinema Eden (Restauradores) e no edificio-sede do Diário de Notícias (Avenida da Liberdade). No Porto, são exemplos a sala de espectáculos Rivoli e o Coliseu, assim como vários edificios da zona Art-Déco da Baixa do Porto.
A origem do Parque de Serralves remonta a 1923, quando Carlos Alberto Cabral, 2º Conde de Vizela, herdou a Quinta do Lordelo, propriedade de veraneio da família à Rua de Serralves (então nos arredores do Porto), e a sua história divide-se: os traços do jardim de finais do século XIX da Quinta do Lordelo e a Quinta do Mata-Sete, o jardim de Jacques Gréber para a Casa de Serralves. Jacques Gréber (1882-1962), o arquitecto de SerralvesFilho de um escultor, formou-se em arquitectura na École de Beaux-Arts de Paris em 1909, dedicando-se posteriormente à concepção de jardins e ao urbanismo. Em 1910, questionando já as técnicas de representação e os princípios de composição clássica, é convidado a desenhar os jardins do Hotel Cassini em Paris. Um ano depois participa no nascimento da Sociedade Francesa dos Urbanistas e posteriormente filia-se na Sociedade Francesa de Arquitectos de Jardins presidida por Achille Duchêne. Adoptando um estilo neoclássico, informado por aspectos modernistas, desenvolveu vários projectos no Canadá e, principalmente, nos Estados Unidos onde se instalou durante uma década, concebendo jardins para uma clientela rica em Rhode Island, Pensilvânia e Long Island. Neste período afirmou-se enquanto arquitecto de jardins adaptando as suas ideias aos desejos dos clientes e beneficiando do reconhecimento da arquitectura francesa nos Estados Unidos. A composição dos seus projectos era orientada por um espírito racional e pela adequação das ideias e soluções do neoclassicismo francês ao contexto norte-americano. Em 1917 dirigiu e concebeu, de forma definitiva, o plano urbanístico de Filadélfia Benjamin Franklin Parkway, que se tornaria uma das suas mais importantes obras. Em 1937 é nomeado arquitecto chefe da Exposition Internationale de Paris, no âmbito da qual publicou o catálogo Jardins Modernes e fez a defesa de um jardim caracterizado por um Neoclassicismo modernizado, com referências Art Déco, que privilegiava a estilização. Rejeitando o acessório e o detalhe supérfluo, Jacques Gréber entendia a composição do jardim como uma actividade subordinada à arquitectura e sublinhava a importância da harmonia das proporções, das formas geométricas e do recurso a terraços, fontes e lagos. Do seu percurso destaque-se ainda a autoria dos jardins do Trocadéro, em Paris, a direcção da secção americana da exposição colonial de 1931 e a realização do Parc Kellermann à Paris XIIIe, concluído em 1950. Eclectismo, exotismoA Art Déco é um novo eclectismo, recolhe também algumas influências dos movimentos vanguardistas que por essa altura impressionavam, tais como o Cubismo e o Futurismo. Os artistas Déco punham em moda a estilização geométrica abstracta , as linhas em zig-zag, usavam ritmos lineares verticais para enfatizar a monumentalidade, ritmos lineares horizontais para sugerir dinamismo (do automóvel ou da vida cosmopolita). Combinando todas estas influências com o típico de culturas exóticas filtradas pelas revistas, o cinema e a rádio, como as reportagens da exploração colonial e arqueológica que davam a conhecer a arte pré-colombiana, a africana, a asiática e a do Antigo Egipto. Colecção BerardoEsta colecção compreende mais de 300 peças de mobiliário, pinturas, esculturas, cerâmicas, cristais e baixelas de prata e outros objectos decorativos dos mais famosos artistas como Lalique, Brandt, Perzel, Leleu, Porteneuve e Ruhlmann. Ruhlmann é o autor da casa de jantar da Casa de Serralves, no Porto, um dos exemplos mais requintados da arquitectura Arte Déco em Portugal, onde, em 2006, uma parte desta colecção foi apresentada na exposição Arte Déco, Colecção Berardo. www.berardocollection.com/?toplevelid=33&CID=106&opt=listworks〈=pt Temas relacionadosFontes Art-DécoPágina actualizada em 4.2014. |
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